Sobre o Tantra: Terapia e Massagem Tântrica

 

O Tantra diz sim à vida, ao prazer de viver. Não é sinônimo de crença ou fé, e sim uma maneira de viver e agir. Neste caminho; o prazer, a visão, a percepção, o êxtase e o êxtase são celebrados ( em vez de reprimidos ). O caminho tântrico reúne beleza, sensibilidade e alegria, através de atos simples do cotidiano, como comer, beber, provar, cheirar, tocar.

Abarca e reforça todas as formas de expressão criativa, tais como: movimento corporal, dança, massagem, música, artes marciais e plásticas, yoga, artes de cura. Através de experimentos, respiração e auto-permissão, “ouve-se” mais conscientemente o corpo, e este se torna um templo no qual é possível a experiência do sagrado, tornando-se ele uma porta para a evolução espiritual.

Tantra (ou Tantrismo ), é o termo amplo pelo qual estudantes de espiritualidade na Índia, designavam um tipo particular de ensinamentos e práticas que tiveram base em uma antiga sociedade ( Drávida ). Com o passar do tempo, esses ensinamentos propagaram-se, misturando-se com diversas outras culturas e correntes filosóficas e religiosas como o Hinduísmo, Yoga, Budismo, Taoísmo, Vedanta e outras.

No Ocidente, o Tantra propagou-se e popularizou-se entre os adeptos do misticismo, esoterismo e da magia ritual; em escolas iniciáticas ligadas a nomes como Aleister Crowley e Samael Aun Weor; sociedades outrora secretas, como a Golden Dawn, Sociedade Gnóstica ( Gnosis ) e outras. A maioria desses ensinamentos deturparam completamente a Visão Original do Tantra em sua compreensão mais profunda.

Muitos trabalhos com o Tantra, infelizmente, não trazem uma compreensão clara da extraordinária herança daquilo que pretendem representar e incorrem na perigosa distorção e banalização do sexo, incentivando o jogo da sedução nos relacionamentos, contrariando e vulgarizando o verdadeiro objetivo do Tantra, que é o mergulho em si mesmo.

Mesmo na Índia e no Tibet, o Tantra tem seu quinhão de fracasso moral; de drogadictos a alcoólatras, de pervertidos a maníacos, muitos falsos mestres e gurus abrem seus clubes de encontro e sedução sob a indefinida denominação de “Tantra”; passando a imagem de uma evasão fácil , reduto para inúmeros degenerados morais e sexuais. Mesmo em seu país natal, os ensinamentos Tântricos caíram em descrédito, por causa do uso indiscriminado de muitos de seus fundamentos atrelados ao sexo livre e superficial.

No Tantra Original, as práticas propostas conduzem ao que se denomina “Experiência Oceânica”. Seu modelo básico, para a interação com outros organismos e com o sistema, não se processa através de uma única descarga liberadora e a consequente distensão muscular e energética após um período de tensão e esforço. Ao contrário, experimenta-se um fluxo agradável, relaxado e solto, mutuamente alimentador, lúdico, com base no êxtase, num intercâmbio de energias que lembra danças e jogos ( Leela em Sânscrito ).

Os resultados dessa experiência permite que a pessoa vivencie a expansão dos próprios limites, a dissolução dos condicionamentos negativos, castradores e repressores, para experimentar um sentimento de fusão com o ( a ) parceiro (a ) e com o todo, em um estado de feliz unidade.

O Tantra Original não está contido em livros ou textos, como constantemente é propalado entre os adeptos do Yoga e do Budismo. Sua fonte é a própria fonte geradora da vida, e é necessário alcançá-la de forma vivencial, através de meditações, dinâmicas e transformação interna. Trata-se de uma conexão transcendente com a vida e o viver, acessível e disponível a qualquer ser humano, pois não há privilégios. O trabalho com o Tantra é social, não há necessidade de rituais, paramentos litúrgicos, práticas austeras ou isolamento.

O sistema existencialista e humanista presente no Tantra, necessita de confiança, entrega, relaxamento profundo, amor e compaixão, para que o estado de percepção e consciência ampliada conduza à experiência da supraconsciência. E esse caminho, embora comece com uma orientação, é individual e intransferível —- é uma experiência única, vivida por cada indivíduo.

O Tantra oferece ao indivíduo, a chave que pode abrir sua consciência, independentemente de sua cultura ou religião. A essência dos ensinamentos tântricos, está contida na nossa natureza mais íntima, no nosso estado primordial e iluminado, que é a nossa potencialidade inerente. Esses ensinamentos estão livres do Karma, porém foram oprimidos pelos condicionamentos sociais.

Nosso estado primordial não é algo que deva ser construído ou conquistado, mas sim algo existente desde o princípio, e goza da mesma sabedoria e inteligência que modela o Universo e permeia a natureza. O ser humano perdeu o contato com essa sabedoria natural, no esforço cotidiano de sobreviver. O Tantra possui dispositivos para a conexão com essa fonte original, de onde emana a vida e as tramas do desenvolvimento das espécies.

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